Monday, December 7, 2009

Zwan – Mary Star of the Sea (2003)


Tendo dramaticamente desapontado a fidelidade de seu público, algo como arte danificada, os Smashing Pumpkins acabaram um dia logo após o lançamento de 2000, devido ás fracas vendas de Machina:The Machines of God.

Três anos depois, regressa o vocalista Billy Corgan com uma equipe All-star na sua maior parte músicos indie de Chicago, incluindo Slint, o guitarrista Dave Pajo, Matt Sweeney, guiarrista dos Skunk, e o baixista dos A Perfect Circle, Paz Lencantin e ainda um elemento do Smashing Pumpkins, Jimmy Chamberlain, na bateria . Mas os Zwan, não tem a ponta arredondada extravagantes do cantor. A sua ginástica vocal e sussurro a dar para gritos e coros permanecem no coração negro de Mary Star of the Sea.

A forma como o grupo trabalha o seu caminho através das melodias ricas de novos clássicos como "Honestly" e "Endless Summer", são agradáveis as mudanças de humor em "Settle down" e no lindo "Of a Broken Heart" e o emocionante "Desire".

E enquanto a tendência de Corgan para a auto-indulgência, resulta nos 14 minutos tediosos de "Jesus, I / Mary Star of the Sea", que é apenas um lapso menor considerando o resto do rock glamoroso presente. 3.5/5

Alinhamento

1. Lyric
2. Settle Down
3. Declarations of Faith
4. Honestly
5. El Sol
6. Of a Broken Heart
7. Ride a Black Swan
8. Heartsong
9. Endless Summer
10. Baby, Let's Rock
11. Yeah!
12. Desire
13. Jesus, I/ Mary Star of the Sea
14. Come with Me


Zwan - Mary Star of the Sea


Thursday, July 23, 2009

Os Golpes - Cruz Vermelha sobre Fundo Branco


Grupo português que tem a coragem de reavivar um estilo de rock/pop que já não se usava aqui há uns bons pares de anos. O estilo rock nacionalista português que faziam os Heróis do Mar, Sétima Legião. Um estilo realçava uma certa particularidade de ser português...


Vamos ver este grupo não fez uma obra prima mas para primeiro trabalho comercial não está nada mau. Talvez o problema é que eles tenham duas canções muito boas (A Marcha dos Golpes e o Silencio mas o resto é apenas bom ou razoável).

Não sei porque mas imagino os gajos do PNR a ouvir isto no seu mp3 no dia das eleições do próximo domingo. 15/20

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Sunday, August 5, 2007

Interpol - Our Love to Admire (2007)

Terceiro trabalho dos norte-americanos Interpol, depois da queda significativa que Antics (2004) representou em relação ao álbum de estreia, o surpreendente Turn On The Bright Lights (2002), que mostrou melhor o pós-punk do século XXI, e que colocou os Interpol no mesmo tabuleiro de jogo que bandas como os Editors ou Death From Above 1979. Cinco anos após a edição desse primeiro álbum que deixou muitos estonteados por músicas como “Obstacle I” ou “Stella Was A Diver And She Was Always Down”, a banda de Paul Banks (voz, guitarra) edita um álbum que se aproxima mais do registo de estreia, mas que apresenta também um sentimento de melancolia a obscuridade que não se verifica em nenhum dos outros dois registos. Será marca de crescimento e maturação?

Pioneer To The Falls” é o tema que começa por desvendar e propor a fusão de todos os pedaços que constroem Our Love To Admire, numa entrada que facilmente nos faz recordar o primeiro trabalho, mas que aos poucos se vai revelando mais densa e complexa, envolta em sentimentos mais ou menos enevoados, e onde podemos observar as primeiras novidades ao nível dos recursos que os Interpol utilizaram na produção deste álbum, nomeadamente na aparição de instrumentos de sopro – o oboé.

O triângulo composto por “The Scale”, “The Heinrich Maneuver” e “Mammoth” representa a sequência mais brilhante de todo o registo, fazendo desejar que todo o trabalho fosse composto por temas como estes, que despoletam uma súbita vontade de (quase) dançar, um sentimento que no entanto não é de todo estranho quando se esbarra com determinados temas da banda de Nova Iorque (nunca esquecendo “Evil” ou “PDA”). “The Heinrich Maneuver” é de resto o primeiro single do trabalho, parece quase feito de propósito para o efeito de promoção, onde o refrão “today my heart swings” não poderia ser de mais instantânea apreensão. Este é, aliás, um dos temas mais coesos de todo o trabalho, e onde pela primeira vez em Our Love To Admire apreciamos cada um dos quadrantes dos Interpol, aqui com especial destaque para o baterista Sam Fogarino, que estando longe do excepcional, se afasta da cadência rítmica de todo o trabalho, que é um dos pontos que prejudica seriamente o álbum.

Uma insistência para recorrer à mesma fórmula de um modo menos requintado do que seria de esperar proporcionou um álbum feito de temas demasiado iguais, com excepções feitas para uma mão cheia de músicas. A grande bóia de salvação deste trabalho reside no facto de que mesmo as faixas mais fracas, como “No I In Threesome” ou “Rest My Chemistry” são temas simpáticos e estão bastante intercalados, o que nas primeiras audições acaba por ser positivo, uma vez que nos afasta da sensação de repetição.

Pace Is The Trick” recupera a melancolia e uma certa apatia que transparecia do tema de abertura do álbum, embora apenas no primeiro minuto, para depois entrar em progressão, quer na dinâmica da música, quer na própria interpretação de Banks, que progressivamente faz deste o tema com mais personalidade de todo o trabalho. Segue-se “All Fired Up” que é mais um daqueles que, como “The Heinrich Maneuver”, insiste no reconhecimento das partes que levam ao todo que é a banda, ainda que este seja sempre mais um reconhecimento do par Banks/Fogarino, uma vez que é o trabalho da voz do primeiro e da bateria do segundo que impõe o ritmo e leva o tema a bom porto.

Minutos antes de chegarmos ao fim de Our Love To Admire, “Who Do You Think?” coloca-nos novamente na rota dos temas que nos dão corda aos pés para um pezinho de dança meio desajeitado, como a própria música vai sugerindo ao longo da sua duração. A partir daqui, o registo entra definitivamente numa quase decadência, não mais igualando os temas anteriores e “Lighthouse”, um tema que parece cantado do fundo de um aquário encerra Our Love To Admire de forma gorada, quase numa sensação de desistência pura, uma melancolia que já não é melancolia, parece mais transformada numa espécie de frustração melódica.

Our Love To Admire não parece um trabalho precipitado. A fasquia, essa, não estava demasiado alta, pela pequena desilusão que fora Antics, e nesse aspecto, os Interpol superaram o predecessor, o que a não acontecer teria sido mau de mais. Mas este será só mais “um” álbum e nunca “o” álbum da carreira dos Interpol. 3.5/5

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Thursday, August 2, 2007

Blasted Mechanism – Sound in Light (2007)

A nova geração Blasted Mechanism apresentada pelo duplo album Sound In Ligfht continua na rota do som tribal.

Este novo album é uma verdadeira festa inter-eclética procurando sempre o que de mais tradicional tem a música que influençia a banda. Sound in Light é quanto a mim, um album pensado para a festa ao vivo e os convidados como Rão Kyao, António Chainho, Macaco ou Gaia Beat veêm apenas abrilhantar mais ainda o que já é um grande album.

Battle Of Tribes, com a partiçipação da Kumpania Algazarra, logo a abrir o album, vem logo prometer um album bem electrizante e viciante tal e qual são os concertos da banda, ao longo do album e com sonoridades vindas dos quatro cantos do mundo paramos de novo em We, com a ajuda da guitarra portuguesa do mestre Antonio Chainho, que lhe fica a matar e em Unarmed Rebellion que respira á versão mais dançante de Karkov em cada nota tocada.

Zimodé leva-nos até ao Oriente, e New Assault faz a ponte para Light In Sound, que parece querer ser um aviso do que para ai vem por parte dos Blasted, com um som mais electrónico e menos tribal. Neste album especial destaque para Reveal Your Art e The Perfect Shine.

Sound In Light é quanto a mim um album bem conseguido mas que ao se ouvir em casa se pode tornar algo maçador, mas que ganhará concerteza uma muito maior dimensão quando for apresentado ao vivo. 3/5

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Monday, July 30, 2007

Peter Bjorn and John – Writer’s Block (2006)

Três elementos, três discos, três estilos, três palavras, três influências, três décadas. Três parece ser o número mágico para estes escandinavos. Por três transformações passam as canções: apropriação, descontrução e reformulação.

Um processo complexo, mas que parece ser feito com muita naturalidade. Ritmos contagiantes associam-se a melodias penetrantes, com uma panóplia de sons oriundos de instrumentos bem explorados e de vozes harmoniosas, numa compulsão pop indissociável das muitas bandas surgidas na mais recente fornada sueca. Ouça-se a irresistível "Young Folks", um dos singles do ano, que não é mais que um dueto conduzido essencialmente por assobio e percussão.

Salvo uma ou outra excepção, paira uma limpeza musical no disco que não é sinónimo de anti-sepsia mas de desapossamento, pois, apesar de algumas remitências à pop das décadas de ouro do género (60-70-80), há um sentido de inovação que se convencionou ser difícil (mas não impossível) nos dias de hoje. Mesmerizam-nos com as melodias pop em três tempos e os efeitos duram três vezes três vezes três vezes. 4/5

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Saturday, July 28, 2007

Gogol Bordello - Super Taranta (2007)

SUPER TARANTA é o sucessor de UNDERDOG GIPSY WORLD e o quarto álbum de originais desta formação liderada pelo vocalista Eugene Hutz. Com origens que passam pela Ucrânia, Rússia e Israel, a banda actualmente a residir em Nova Iorque, é considerada uma das melhores da actualidade nas actuações ao vivo. Também não é para menos quando um colectivo de músicos une a música cigana dos Balcãs, com o klezmer de origem judaica e com o punk-rock; o resultado é explosivo.

É como se tivéssemos a tocar no mesmo palco os CLASH e EMIR KUSTURIKA, uma comparação ousada mas comprovada depois de ver os seus concertos. Este novo álbum de originais foi produzido por VICTOR VAN VUGT, que habitualmente trabalha com NICK CAVE. 3/5

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Friday, July 27, 2007

New Young Pony Club - Fantastic Playroom (2007)


O grupo New Young Pony Club lança o primeiro álbum da carreira pelo selo Modular Records. “Fantastic Playroom” precede os singles "Get Lucky" e "Ice Cream", de 2006, e "The Bomb", de 2007.

Grande parte das músicas presentes neste disco de estreia já havia aparecido nos trabalhos anteriores, como as faixas "Descend" e "Hiding On The Staircase". O conjunto inglês, formado em 2005, ganhou projeção ao ser embalado no rótulo new rave, promovido pela revista inglesa NME. Os New Young Pony Club integraram o line up do "Indie Rave Tour" junto de grupos como Klaxons e o CSS. 3.5/5


Ice Cream

Wednesday, July 25, 2007

Radiohead - OK Computer (1997)

OK Computer é o terceiro album da banda britânica Radiohead, lançado em Junho de 1997 no Reino Unido e Julho de 1997 nos Estados Unidos. O album é considerado como um dos melhores discos de rock da década de 90 pela crítica e consolidou definitivamente os Radiohead como uma das maiores bandas da sua geração. OK Computer é a obra prima dos Radiohead, onde as capacidades de cada músico são exploradas ao máximo, resultando em faixas perfeitas.

A perfeição foi levada tão a sério, que o vocalista e guitarrista Thom Yorke chegou a afirmar ter perdido a capacidade de tocar guitarra depois de OK Computer. Destaque para as faixas Let Down, Lucky, Karma Police e No Surprises, esta última com um videoclipe inovador.

Facto interessante deste disco é a faixa Lucky, que fala de uma chamada do primeiro ministro que foi recusado e é o que aconteceu posteriormente quando Yorke se recusou a participar de uma reunião com Tony Blair. 5/5


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No Surprises


Monday, July 23, 2007

Enigma – The Cross of Changes (1993)



"We came out from the deep to help and understand but not to kill It takes many lives till we succeed to clear the debts of many, many hundred years."

Em 1993, Michael Cretu, mentor do projecto musical Enigma recebeu a proposta de compor a banda sonora completa do filme "Sliver" (1993) mas, no momento, estava a desenvolver o segundo álbum dos Enigma e estava impossibilitado de aceitar a oferta. Porém, entrega as músicas “ Carly´s Song” e “Age of Loneliness”, temas para a personagem Carly interpretada pela actriz Sharon Stone.

Logo em seguida, "The Cross of Changes" foi lançado e vendeu 6 milhão cópias em um ano. Com o Hit "Return to Innocence". Este foi o álbum com mais faixas utilizadas em campanhas publicitárias e filmes, sendo utilizado pela última vez no filme "Matrix", em 1999, a música "The Eyes of Truth".

Cretu deixou-se influenciar desta vez pelos ritmos hindus, inserindo cantos de lamento, que remetiam a paisagens e orações indianas. Sempre com a sua marca registrada. Um som de ostentação e de batidas sensuais, que elevavam a mente para causas espirituais, chamando a todos para uma meditação mais profunda sobre a vida e a nossa missão terrena.

Cretu utilizou samples dos Led Zeppelin. Um sample da voz de Robert Plant está na faixa "I Love You...I'll Kill You". 5/5

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Age of Loneliness


Saturday, July 21, 2007

Black Rebel Motorcycle Club - Take Them On, OnYour Own (2003)


Ao segundo álbum os Black Rebel Motorcycle Club (BRMC) mostram-se indiferentes às influências e assumem-se como aquilo que realmente são, bajuladores das guitarras em distorção sintonizadas com feed-backs estridentes e as estruturas básicas da música pop.

Os BRMC estão a fazer furor na imprensa especializada portuguesa e internacional com Take Them On, On Your Own, um álbum onde as colagens a bandas como The Jesus & Mary Chain e todo o filão new wave são notórias. Então, porquê tanto interesse num trio que aparenta ser uma espécie de reencarnação de um dos nomes mais emblemáticos da década de oitenta?
Talvez porque a sua atitude é avassaladora. Ou porque os sons que reproduzem palpitem no coração com uma força invulgar. Há também a hipótese nostalgia.

Depois, uma coisa é plágio ou cópia enfadonha e outra é ser-se semelhante mas com vitalidade. O importante é que têm algo que mexe connosco. Se já em Black Rebel Motorcycle Club as influências eram óbvias, em Take Them On, On Your Own os BRMC assumem-se como discípulos dos irmãos Reid.

Quanto a isso não há nada a dizer. Originais? Não. Criativos? Sim. Indiferentes ao ouvinte? Nunca, pelo menos aos que têm uma tendência natural para as canções feitas de guitarras rebeldes, baixos envolventes e batidas pulsantes. Estamos então perante uma típica banda rock que vive de sons intemporais, mas com a atitude certa – ar de desleixados, postura rebelde e muita, mas mesmo muita pose.

Resumindo, têm aquilo que muitos gostavam de ter mas não têm: uma aura de rock star. Se a isto lhe juntarmos uma sonoridade que vacila entre a agressividade e o psicadelismo, bem como a voz melosamente sofrível em constante lamento, temos o protótipo da banda rock perfeita para a primeira década do século XXI.

A prová-lo estão canções como “Stop”, “Rise or Fall”, “Ha Ha High Babe” e “Heart + Soul”, entre muitas outras. Take Them On, On Your Own pode atirar-nos para discos que marcaram o passado, discos como Automatic; Pornography; Unknown Pleasures; ou Mask, mas a verdade é que consegue ser minimamente actual e uma alternativa viável quando olhando à nossa volta.

Afinal, não é o passado que nos permite construir o futuro? Sim, e só não lhes dou nota máxima por causa das “correntes” que os prendem à limitação do tempo. 4/5

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Stop