
A propensão para a provocação começa logo na pia baptismal: Kasabian provém de Linda Kasabian, elemento do culto de Charles manson, nota de rodapé manchada a sangue na viragem dos anos 60 para os 70 - a "familia" Manson foi responsável pelo assassinato de Sharon Tate, companheira do realizador Roman Polanski, nos idos de 1969.
O "killer instinct" é, nos Kasabian, um cartão de visita ainda que, para sossego dos paramédicos, o canalizem para crimes um pouco mais higiénicos: o rock'n'roll desbragado, electronicamente comandado pelos Primal Scream do início dos anos 90 e com a energia florida, quimicamente assistida, dos Stone Roses. Coisa, afinal, para acabar com a inércia nos túmulos.
Kasabian, o primeiro albúm, ofereceu ao mundo várias razões para dançar: "Reason is Treason" "L.S.F. (Lost Souls Forever)" e "Processed Beats" conjugam alta velocidade à beira da colisão e fervilhar rock digital. Três anos e uma digressão com os Oasis depois, os Kasabian sobem a parada: empire aspira ao topo, a partir o qual se desmoronam guitarras condensadas, torrentes de elctrónica febril e litros de suor. Para não deslustrar uma boa crise familiar, saiu o guitarrista (Chris Karloff) e chamaram-se nomes aos outros: Julian Casablancas é um «esquiador "bem"»; Pete Doherty é uma "rameira dos diabos"; os My Chemical Romance "deviam sair mais vezes"; Justin Timberlake não passa de "um fantoche num fato caro". Vão ser grandes! 3.5/5
Shoot the Runner
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