Saturday, July 21, 2007

Black Rebel Motorcycle Club - Take Them On, OnYour Own (2003)


Ao segundo álbum os Black Rebel Motorcycle Club (BRMC) mostram-se indiferentes às influências e assumem-se como aquilo que realmente são, bajuladores das guitarras em distorção sintonizadas com feed-backs estridentes e as estruturas básicas da música pop.

Os BRMC estão a fazer furor na imprensa especializada portuguesa e internacional com Take Them On, On Your Own, um álbum onde as colagens a bandas como The Jesus & Mary Chain e todo o filão new wave são notórias. Então, porquê tanto interesse num trio que aparenta ser uma espécie de reencarnação de um dos nomes mais emblemáticos da década de oitenta?
Talvez porque a sua atitude é avassaladora. Ou porque os sons que reproduzem palpitem no coração com uma força invulgar. Há também a hipótese nostalgia.

Depois, uma coisa é plágio ou cópia enfadonha e outra é ser-se semelhante mas com vitalidade. O importante é que têm algo que mexe connosco. Se já em Black Rebel Motorcycle Club as influências eram óbvias, em Take Them On, On Your Own os BRMC assumem-se como discípulos dos irmãos Reid.

Quanto a isso não há nada a dizer. Originais? Não. Criativos? Sim. Indiferentes ao ouvinte? Nunca, pelo menos aos que têm uma tendência natural para as canções feitas de guitarras rebeldes, baixos envolventes e batidas pulsantes. Estamos então perante uma típica banda rock que vive de sons intemporais, mas com a atitude certa – ar de desleixados, postura rebelde e muita, mas mesmo muita pose.

Resumindo, têm aquilo que muitos gostavam de ter mas não têm: uma aura de rock star. Se a isto lhe juntarmos uma sonoridade que vacila entre a agressividade e o psicadelismo, bem como a voz melosamente sofrível em constante lamento, temos o protótipo da banda rock perfeita para a primeira década do século XXI.

A prová-lo estão canções como “Stop”, “Rise or Fall”, “Ha Ha High Babe” e “Heart + Soul”, entre muitas outras. Take Them On, On Your Own pode atirar-nos para discos que marcaram o passado, discos como Automatic; Pornography; Unknown Pleasures; ou Mask, mas a verdade é que consegue ser minimamente actual e uma alternativa viável quando olhando à nossa volta.

Afinal, não é o passado que nos permite construir o futuro? Sim, e só não lhes dou nota máxima por causa das “correntes” que os prendem à limitação do tempo. 4/5

Site Oficial; MySpace

Stop


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